GIOCONDA@CULTURAARTISTICA.COM.BR Antagonismos musicais No seculo XIX, e na primeira decada dos anos 1900, a müsica erudita vi- veu seu apogeu. As salas de öperas e de concertos eram “os lugares” onde tudo acontecia: de encontros sociais a debates contundentes sobre o significado da arte. Duas correntes antagonistas divi- diam as posi^öes sobre a müsica e seus efeitos. Uma, defendida forte- mente pelo critico austriaco Eduard Hanslick, pregava que sua beleza era inerente a si mesma e indepen dente das respostas que provocava no ouvinte. A müsica absoluta. De outro lado, estavam os en- tusiastas da müsica programätica, que, ao contrario, valorizavam seus efeitos e sua capacidade de mo- bilizar sentimentos e emoQÖes. A müsica entendida como expressäo. No primeiro concerto da Filarmönica de Dresden, ouviremos a Sinfonia n.12 de Shostakovich, denominada “O ano de 1917” com todos os tons dramäticos da revo- lu^äo russa. No segundo concerto, a Sinfonia n. 3 de Bruckner, gran- de nome da arquitetura sinfönica e admirador de Wagner, a quem dedicou essa obra. Os dois progra- mas trazem pe^as que exemplificam essas visöes antagönicas. Ötimo concerto a todos!