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Ä MARGEM DA OBRA OHANNES BRAHMS Sinfonia N 3 3 em Fa maior, op. 90 Com a estreia da sua primeira sinfonia em 1 876, Brahms rompeu com um periodo de cerca de vinte anos, em que se debateu com o fantasma da Nona de Beethoven. O sucesso consagrador deu ao compositor a autoconfianpa de que necessitava. A Sinfonia N 3 2, com seu clima acentuadamente pastoral, que veio a püblico um ano depois, forneceu um vivo contraste com a grandeza e intensidade da Sinfonia N 3 1. Depois do novo sucesso, Brahms deixou a forma sinfönica de lado por cinco anos. Mas no veräo de 1 883 comeqou a trabalhar em sua Terceira Sinfonia, que estrearia em Viena, em dezembro do mesmo ano. Alguns estudiosos comparam a Terceira de Brahms com a "Eroica" de Beethoven. De fato, a intensidade apaixonada de seu primeiro movimento nos remete ao clima da Terceira de Beethoven. A obra de Brahms e tambem a primeira das grandes sinfonias escritas no seculo XIX a concluir de maneira tranqüila, trazendo ao ouvinte um clima outonal, que alguns associaram a uma possivel homenagem ä memoria de Schumann. Poucos anos antes de se lanqar d composiqäo da sua Sinfonia N 3 3 em Fä maior, Brahms foi convidado a escrever a müsica incidental para uma nova produqäo do Fausto de Goethe, no Burgtheater. Eie chegou a escrever alguns esboqos, mas acabou desistindo da empreitada, considerando que näo conseguiria ultrapassar Schumann e sua obra-prima Cenas do Fausto de Goethe. Foram estes esboqos deixados de lado que acabaram por fornecer o material para os segundo e terceiro movimentos da sinfonia. E digno de nota o comovente solo de clarineta e violas, com uma quase melancolia tipica de Brahms, que obre o segundo movimento. Eie näo utiliza o Scherzo em nenhuma de suas sinfonias. Aqui, o terceiro movimento e um Poco allegretto que tem suas raizes no minueto clässico, e e claramente inspirado no Romanze da Quarta Sinfonia de Schumann. O finale obre de maneira agourenta, que logo se metamorfoseia em clima tempestuoso. Quando o impeto dramätico atingiu seu apogeu, surge um tema lirico, um raio de sol em panorama outonal, que conclui a sinfonia. OTTORINO RESPIGHI Le Fontane di Roma Natural de Bolonha, Respighi (1879-1936) era violinista e violista no inicio de sua carreira musical, tendo integrado o Quinteto Mugellini. Mas apös a primeira decada do seculo XX passou a concentrar seus esforpos na composiqäo. Na virada do seculo, eie era um influente membro de um grupo que se propunha a reviver a müsica instrumental italiana, eclipsada pela 6pera. Respighi foi um compositor ecletico, tendo escrito canpöes, müsica para piano, de cämara, concertos, com incursäo inclusive no genero lirico. Mas ficou mais conhecido por sua obra sinfönica, que se divide basicamente em duas vertentes: a reelaboraqäo de material de compositores italianos mais antigos — casos de Danqas Antigas e Arias para Alaüde, Os Pässaros, e La Boutique Fantasque, este ültimo um bale baseado em Rossini — e poemas sinfönicos de cunho impressionista, como As Fontes de Roma, Pinheiros de Roma e Festivals Romanos. Diferentemente dos poemas sinfönicos de Richard Strauss, os de Respighi näo trazem um programa "literärio", mas evocam um clima seja da natureza ou de reminiscencias. As Fontes de